Aquela Casa...





Na verdade, teima em não me sair da ideia aquela Casa... A Casa de Pegas! Desculpem os prezados leitores se lhes causo enfado em falar dela outra vez. Isto de trazer para aqui coisas tão particulares do meu pensar não estará realmente bem. Porventura ser-me-á concedida alguma indulgência, se eu disser que esta é a maneira mais prática de atinar com as causas que originaram outrora a grandeza dessa Casa. Demais estou convencido que a sua história é útil para compreender bem a tal evolução sócio-económica da terra de Peroselo.
Estão lembrados ainda dos três «meios-cónegos» a que fiz referência na última vez que escrevi?
Um irmão destes, chamado Manuel Rodrigues, casou-se, a 2-7-1728, com Maria de Sousa, da Casa da Quintã. Viveram na Casa de Pegas, que lhes coube em herança, e tiveram geração. Conto-lhes oito filhos: cinco rapazes e três meninas. Está incluído um Tomé que talvez tenha falecido de menor idade; os restantes seguiram todos a carreira eclesiástica. É verdade, quatro clérigos que foram: o P.e Manuel, o P.e João, o P.e Geraldo e o P.e Jerónimo. O mais novo deles, o P.e Manuel Rodrigues Lopes, passou a maior parte da sua vida em Peroselo. Num inquérito, datado de 1794, aparece como residente na freguesia da sua naturalidade e é qualificado de padre «bom em ciência e procedimento».
O P.e João Lopes, tendo vivido «desde a idade dos cinco anos em casa de seus tios Beneficiados, na freg.a de S. Ildefonso», sempre se manteve por ali. Por mero acaso, recebeu a «ordem de Missa» na Galiza, em 1768. No ano de 1780, ainda morava «na rua de S. André».
O P.e Geraldo R. Lopes foi ordenado também de presbítero, na Galiza, aquando seu irmão João. Em Agosto de 1777 era «Abade Coadjutor» na Igreja de S. João Evangelista de Vila Cova de Carros, para vir a suceder ao Ab.e Jerónimo Lopes, seu tio, de que já se falou (por culpa minha, a data da morte deste pároco saiu errada: faleceu em 26-6-1780). O Ab.e Geraldo, depois de pastorear V. Cova de Carros cerca de 17 anos, adoeceu de grave «moléstia». Escreveu então o seu testamento que foi aprovado na véspera da sua morte, ocorrida a 26-6-1794.
De caso pensado, deixei para último lugar o P.e Jerónimo Rodrigues Lopes. Este foi o derradeiro «meio-cónego» de Pegas. Em 11-12-1750, o Ben.o João Lopes, seu tio pelo lado paterno, resignou no P.e Jerónimo a sua «meia bacharelia». O sobrinho tomou posse em 1750. Ainda em vida do tio P.e João, renunciou ao «Benefício» na Sé Catedral para ser provido na Abadia de Paços de Brandão, em que foi empossado a 4-11-1764.
E ponto final, que já são horas de findar.
MONAQUINO

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